Um dia
desses fiquei pensando em quantas vezes sabotei, ou tentei sabotar, minha
felicidade por não ter coragem de dar o primeiro passo. Estudos, oportunidade
de emprego, conhecer pessoas... mas principalmente amores.
Ah, os
amores...
Isso sempre
foi uma parte difícil na minha vida. Eu tinha aquela maniazinha filha da
puta de não desapegar quando deveria. Se você é solteira vai entender do que tô
falando. Eu repetia o mantra "Não vou me apegar. Não vou me apegar. Não
vou me apegar..." e quando eu ia ver, já tava desenhando coraçõezinhos.
Gostava, me apaixonava, o cara não me gostava de volta e eu sofria. Cantarolava
um "e pra não chorar, eu só vou gostar de quem gosta de mim" e quando
me curava, era tudo outra vez.
Mas amiga,
vou te contar um negócio, depois de muito juntar meus cacos percebi que o meu
problema não era me apegar. Ou me apaixonar. O problema tava em insistir
naquilo que não tinha nem cabimento. A gente tem dessas de apostar todas as
fichas, achando que num belo dia, aquele cara vai tá lá de volta na sua porta
com flores e um "você é a mulher da minha vida". Vem cá, vou te
contar um segredo. Ele não vai fazer isso. Se ele não fez isso até hoje, ele
não vai fazer mais.
Acredite, eu
sei dessas coisas. "Ah, ele vai enxergar que eu que sou mulher pra
ele." Não. "Ele me ama, mas tem vergonha." Não. "A mãe dele
tá doente, ele não pode se envolver sério comigo agora." Não mesmo. A
gente inventa essas desculpinhas pra convencer nós mesmas de que estamos certas,
e não estamos. Quem gosta, gosta. Não tem mas, nem desculpas, nem mimimi. Quem
quer estar com você vai estar com você.
Deixa a vida
te surpreender. Sabe aquele carinha legal do trabalho que te chamou pra sair?
Vai com ele. Se o seu telefone não toca e as mensagens que você queria não
chegam, faça contatos novos. Aquela história de que o amor tá em uma esquina
qualquer te esperando é pura verdade. Deixa a página virar. Mas de verdade,
viu?
Thalyne Carneiro