quarta-feira, 30 de abril de 2014

Foi assim, assim se foi...


Um dia você veio      
       E fez essa festa toda,
       E fez esse rebuliço todo,
       E fez esses compromissos todos.


Um dia você veio
        E se doou por inteiro,
        E me tomou por inteira,
        E nos tornamos juntos, completos!


Um dia você foi embora
        Levou nossos inteiros,
        Levou mais do que trouxe,
        Levou e os transformou em pedaços.


Um dia você foi embora,
       Se foi mais de repente do que veio,
       Se foi ...
       Simplesmente assim!

Anne Rangel

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Quando ele volta...


O frio na barriga vai voltando aos poucos e as minhas mãos suam tanto, que acho que eu seria incapaz de segurar um copo por muito tempo sem deixar ele escorregar. Ele voltou. E trouxe com ele todas as sensações gostosas que lutei tanto pra esconder dentro de mim. Onde nem eu mesma iria encontrar.

Ele me abraça, me aperta nele e cada terminação nervosa do meu corpo acorda para aproveitar o calor gostoso do corpo dele que eu tanto senti falta. O meu sorriso se abre e minha alma volta a flutuar de felicidade, como se a presença dele a transformasse em um daqueles balões coloridos de criança, cheio de hélio. Volto a suspirar e até mesmo o cinza pesado de um dia chuvoso parece bonito.

Não reclamo da sua ausência, ou da saudade que senti. Gosto tanto dele, que entendo a sua necessidade de fugir. Te aceito de volta não por falta de amor próprio, mas porque sei que não gosta de se prender. Isso te deixaria infeliz e nada nessa vida corta mais meu coração do que te ver sofrer. Prefiro sentir essa alegria sincera de quando volta porque quer voltar.

Sinto meu coração disparar, batendo no ritmo de bateria de escola de samba, enquanto me pergunto porque tento me enganar dizendo que isso não existe. Fingindo que não vou corar de alegria, que cada mensagem sua transforma meu dia, ou que até mesmo as músicas que escuto mudam de significado por que você está aqui. Ou que disfarço minha empolgação por que vi você e que sinto saudade quando você some.

Mas ele voltou. E nada mais importa, nem o meu choro derramado durante a noite, os suspiros de saudade ou a falta que faz doer até mesmo o coração mais duro, tudo que me interessa é ele estar ali. Nada parece mais fazer sentido sem ele. Não porque eu seja dependente, mas parece certo ter seu espaço aqui.  E constato com prazer que não é para fazer sentido é apenas para sentir. 


 Vejo ele voltar de novo e me permito sorrir mais uma vez. Não preciso ter certeza que vai dar certo ou criar esperanças de que seremos algo um dia. Me deixa curtir o momento. Gostar de alguém é igual pular de paraquedas. A gente nunca tem certeza que vai dar tudo certo e chegar lá embaixo em segurança, mas a gente pula, só por causa da sensação gostosa da queda. E se eu quebrar a cara? Ah, certeza que do chão não passo.

Thalyne Carneiro


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Sapatilha


Eu não me importo com o que me dizem,
Eu não me importo com o que me fazem,
Se eu coloco minhas sapatilhas
Só me importa em dançar!!

É só dançar até que a música acabe,
É só dançar mesmo que a música acabe,
Se eu colocar minhas sapatilhas
É só dançar, girar e dançar!!
Não há nada que me pare.

O mundo se torna grande,
O mundo se torna pequeno,
Não, realmente não me importo,
Se eu coloco minhas sapatilhas
Eu danço o mundo inteiro.

E mesmo que a música pare,
E mesmo que o mundo acabe
Até a sapatilha ser gasta...
Estarei eu,
Bem ali dançando... 
E até depois disso!

No final de tudo o que me importa
É que eu sozinha sou um baile inteiro,
Pois meu coração é inteiramente forrozeiro!!



Facebook: Renatinha sapatilhas

Anne Rangel

Obs: para falar bem a verdade minha sapatilha é 35 ^^

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A minha calmaria


Meu coração respira alegria e se enche de amor. Mal posso acreditar que depois de tanto tempo, alguém apareceu e me fez tão bem. Até os dias resolveram combinar com o meu humor, pintando o céu do azul mais bonito que essa cidade já viu, ou talvez seja eu que ando vendo demais. Talvez quando a gente esteja alegre, o bom humor provoca uma espécie de cegueira, porque desde que ele chegou, não consigo mais enxergar as coisas feias.

Sempre fui muito espertinha, sabe? Depois que tive meu coração partido, não é qualquer malandro que mexe comigo. Essa história de que é só tratar bem que leva não funciona. Aliás, tratar bem é o mínimo que você deve fazer, meu amor. Não sou qualquer uma. Comigo tem que ser homem de "responsa". Não conte que pelo meu jeito meio solto e brincalhona aceito qualquer coisa. Acima de tudo sou uma mulher e pra me ter do lado tem que merecer.

Tô acostumada com essa galera atrás de mim. Já vem montando banca, fazendo jogo, achando que sou enrolada fácil, mas ele não. Era só o casinho da vez que ia me dar uns dias de alegria. Me enganei bonito. Você veio no sapatinho e foi me deixando encantada. Aos poucos me mostrou que esse seu jeito meio durão esconde o homem que quero pra mim. Com ele me sinto segura e sei que ele pode ser o que eu tenho esperado durante tanto tempo pra largar essa vida do desapego.

Antes eu nem cogitava a ideia de me apaixonar, achava que esse coisa de estar ou não apaixonada era questão de ligar ou desligar um botão, como se fosse um modo silencioso programado no meu coração. Então ele me apareceu, desligou o vibracall e colocou a bateria inteira da Mangueira para tocar quando ele me chama. Desarmou minhas defesas e agora me vejo incompleta sem ele.


 Depois de tanto tempo, me vi finalmente sentindo aquela sensação gostosa de só sentar na prancha e ficar ali no meio do mar. Aqueles minutos em que se espera a onda perfeita e só sente a paz do momento. Nada de dar braçadas ou me equilibrar para não cair. Parece que você trouxe a sua tranquilidade da vida pra mim e tudo que tenho que fazer é relaxar e aproveitar o balanço calmo da água.

Não sei ainda quanto tempo vai durar ou se vai durar. Resolvi deixar rolar, sabe? Deixa ele ficar só mais um pouquinho.Não precisa ser o homem da minha vida ou o pai dos meus filhos, só fica. Me mostra que esse seu jeito tranquilão de levar a vida vai fazer bem ao meu coração. Minha alma agradece essa calmaria. E se não der certo? Bem, já aprendi a remar há muito tempo.

Thalyne Carneiro