"Casa comigo?" Ele me
pergunta todo dia e me faz dá risada que nem uma boba, mas adorando a pergunta
dele. Enquanto ele me observa ri que nem uma criança num balanço, ele sorri e
repete a pergunta, avisando que tá falando sério, porque nosso namoro é sério.
E isso só me faz rir ainda mais, porque fico pensando quem é louco suficiente
para querer casar comigo.
A mão dele na minha cintura e a minha
no pescoço dele. A barba dele no meu pescoço e meus pés sobre o meio fio pra
completar a altura que falta. São os nossos detalhes bobos que nos tornam quem
somos e contribuem para sermos felizes. É o beijo no queixo e nossas pernas
entrelaçadas nas tardes de domingo. É minha mão na sua e meu sorriso bobo no
meio de tantas mensagens trocadas por dia.
Até nossas discussões por sermos
diferentes são divertidas e ceder virou nossa palavra de ordem para tudo dar
certo. Desentendimentos são normais, mas ambos sabemos que a vida é muito curta
para ficar brigando e simplesmente não vale a pena gastar tanto tempo com raiva
um do outro. E sinceramente, mesmo se brigássemos tanto quanto outros casais,
não sei se conseguiria ficar brava e emburrada por tanto tempo.
Ter ele do meu lado faz qualquer
programa ser divertido. Acho que se ele me acompanhasse até em um jantar no lar
dos idosos, riríamos até chegar às lágrimas de alguma piada horrível que
inventaríamos. E quando eu menos esperasse, já ia tá ele lá socializando com
algum velhinho mineiro, discutindo quem é melhor: o Cruzeiro ou o Atlético
Mineiro, todo à vontade, como se o conhecesse há anos.
Ele nem sabe, mas são essas coisas me
fazem se apaixonar por ele todos os dias. É a disposição dele para brincar com
crianças, é a mania de me largar por uns minutos para virar o melhor amigo do
meu irmão. É a ajuda que ele dá para o meu pai na hora de carregar coisas
pesadas e o fato de ele elogiar tudo que eu cozinho pra ele. É o casaco
emprestado nas noites frias e os abraços pela cintura quando eu menos espero.
Até o eu te amo sussurrado me transformam numa adolescente de novo e me
derretem de tanto amor.
A nossa felicidade é tanta, que tudo
que eu queria nessa vida é que as pessoas pudessem ter relacionamentos assim.
Ter um parceiro para resolver os problemas, namorar um pouquinho e até para
jogar conversa fora numa mesa de bar. Alguém para amar e querer passar o tempo
todo junto. Porque isso que nós temos me faz acreditar que seja possível ser
feliz para sempre, que o amor pode te acompanhar até o túmulo, mesmo que seja o
maior clichê de todos os tempos.
Thalyne Carneiro