segunda-feira, 25 de março de 2013

Não acredito no amor


Se alguém vier me perguntar se eu acredito no amor, a minha resposta será não. Isso mesmo N-Ã-O. Você não leu errado, eu não acredito mesmo. Mas antes de eu ser chamada de mau amada, ou qualquer outra coisa, me dê a chance de explicar.

Eu não acredito no amor que é dito na primeira semana de namoro. Aquele amor que promete ser a vida toda, mas por qualquer motivo, acaba. Não acredito que isso seja amor. Um status de relacionamento em uma rede social não pode e nem deve significar esse sentimento.

Não acredito no amor que seja dito "de graça", quando é cheio de cobranças e barganhas, onde a liberdade do outro não é respeitada. Me sinto sufocada só de imaginar esse tipo de amor. Pior do que esse, só o amor por conveniência, àquele que na frente dos outros é perfeito, e quando só estão os dois, se olhar nos olhos é raridade.

E naquele amor ao próximo que dizemos praticar, mas nem damos um mero bom dia para o lixeiro? Esse eu nem me dou o benefício da dúvida, isso não é e nem pode ser amor.

Desconfio de pessoas que dizem isso como um recém-nascido que foge do colo daquela tia que nunca viu. Me sinto enojada, não me desce mesmo. Porque se dar ao trabalho de manter as aparências para "pagar de bonito" para a sociedade? Longe de querer ser moralista. Mas se você não ama, por que dizer o contrário? Porque se prender a alguém que você não quer nem passar cinco minutos ouvindo falar sobre o seu dia? Ou dizer que morre de amores, quando seu sentimento não passou de um mero gostar?

O amor é mais que andar de mãos dadas, é mais do que fazer o bem e mais ainda que contar para todo mundo o que se sente. Quando ele vem, não se importa com os defeitos, obrigações, dificuldades ou formalidades. O amor de verdade não quer ser aceito, quer ser dado. Não adianta dizer que ama se não se sente. Não é amor se olhar para uma mancha na parede causa o mesmo efeito que abraçar alguém.

Não digo que temos que nos retraí e ficar longe de todos e desconfiados de tudo. Faço um apelo aqui para a sinceridade dos humanos que há muito foi perdida. Não minta para você mesmo, dentro de nós sabemos exatamente o que se passa e o que se sente. Goste se você gostar, ame se você souber que é exatamente isso que você sente. 

E se você quer mesmo saber se acredito no amor, eu ainda acredito, mas no sincero. Aquele que a gente só dá porque sabe que sente e não é necessariamente dizendo eu te amo.

Thalyne Carneiro

sexta-feira, 8 de março de 2013

Sobre o Chorão...



Esperando por mais um dia exatamente igual, me arrumo para sair de casa como todos dias. Tv na sala e meus pais na frente, eu na cozinha. De repente, minha mãe diz: "Filha, o Chorão morreu.". Meu coração parou por um segundo. O Chorão? Aquele Chorão? Não é possível.Saio correndo para a televisão e vejo a notícia sem prestar muita atenção. Não consegui acreditar que um dos famosos mais fantásticos do mundo havia morrido. Tinha que ter alguma coisa errada.

Infelizmente, não tem nada errado. Ele realmente se foi, deixando para trás dezenas de fãs, admiradores, músicas, frases e mais do que isso, uma filosofia de vida que encantou milhares de brasileiros. Sou uma das pessoas que seria considerada fã do cara. Admiro o trabalho, vida e toda a obra dele e mesmo com todo esse falatório, não consigo acreditar que ele se foi.

Eu realmente fiquei triste por isso. Uma pessoa tão cheia de vida e alegria, não é justo que tenha partido tão cedo. Não sou ingênua, sei muito bem que ele gostava de beber (muito) e que costumava usar drogas, ele mesmo admitia isso abertamente. Entretanto, esses dois detalhes não significavam nada na frente da alegria que eu sentia ao vê-lo ou ouvi-lo cantar.

As músicas dele me acompanham por anos, desde novinha lembro delas, mesmo que eu mesma tenha passado a ouvir por conta própria um pouco mais tarde. A verdade é que ele era um poeta. Sua melodias fizeram sucesso sem precisar colocar refrões chicletes ou qualquer tipo de lixo comum na nossa cultura. Ele era sincero.

A única coisa que me choca é a depressão em que ele estava. Como uma pessoa tão cercada de amigos pode ter ficado assim? Como puderam deixá-lo sozinho do jeito que estava? Vendo as fotos do lugar em que ele morreu, vi a bagunça deixada por ele, e quer saber? Uma vez uma professora de faculdade minha me disse que o nosso quarto/casa é um reflexo da nossa cabeça. Daí já podemos perceber como ele estava "destruído" por dentro.


 Por mim, não importa como ele morreu, sei que ele não era um santo. Mas posso dizer com toda a certeza do mundo, que ele e as suas músicas me marcaram profundamente. Elas fazem parte do que eu sou e acredito. E Chorão, se você pudesse ler isso, eu diria "mas se for pra falar de algo bom, eu sempre vou lembrar de você", você foi um maravilhoso cantor e compositor, mas acima de tudo, era humano e não tinha vergonha de lutar por aquilo que acreditava. Vá em paz cara, sentiremos sua falta.

Thalyne Carneiro


sábado, 2 de março de 2013

Aquele Terror!





Estava eu a lavar roupa na área de serviço à noite, tinha colocado as roupas brancas de molho, já tinha lavado um par e meio de tênis e é nesse exato momento que aparece, bem na minha frente, assim bem de pertinho, ELA!!! 

Aquela miserenta, nojenta e insuportável BARATA!

Eu estava sozinha, frente a frente com a aquela "coisa", que definitivamente não veio de Deus, então o dilema do desespero, ou ia para o lado oposto ao da porta para pegar o inseticida e matar aquela indesejada ou ia entrar correndo porta adentro.
O momento era de pura tensão, a distância para a covardia era a mesma distância para a coragem, o que fazer?
Então de súbito resolvi ser corajosa, sem despregar os olhos da "coisa" eu peguei o meu santo remédio e seu fatal veneno e foi com prazer que apertei e vi a terrível BARATA cair, mas daí aconteceu o inesperado, a agonia que me martirizou por alguns segundos.... Para que lado ela iria cair?
Por sorte ela caiu para trás, mortinha? Não sei, só sei que não a vi mais!
Vocês acham que acabou? Que nada, eu terminei de lavar meu meio tênis e fui lavar a louça. Até aí sem novos traumas. Abri a geladeira, peguei o macarrão e esquentei no micro-ondas, coloquei o prato em cima do mesmo e me virei então mais uma vez me aparece "aquela" que atormenta minha vista e meu juízo, dessa vez eu simplesmente gritei:

-Alguém me dá um "help"!!!!!!!!!!!!!!!!



E veio minha irmã, vestida de anjo, com seus cachinhos, tá bom, admito, não foi tão angelical assim. Voltando ao drama...
Minha irmã perguntou o que era todo aquele rebuliço e eu disse que era a aberração da natureza, assim ela desceu as escadas e borrifou o veneno fatal no bicho, se tivesse acabado aí teria sido bom, mas.... A BARATA desembestou e saiu correndo... 

Na minha direção!!!!!!! 

Por sorte foi para debaixo do fogão. Aí eu aproveitei peguei o macarrão e foi a minha vez de correr desembestada. Não é a primeira vez que tivemos encontros assim tão conturbados  cheios de labirintos, decisões difíceis e vilões a serem vencidos.
Alias, eu já contei da vez em que eu e minha irmã fomos encurraladas por uma de nossas inimigas em um quarto fechado em plena madrugada??
Ou daquela vez em que tive que ligar para meu pai voltar para casa e nós livrar da cascudinha maligna??
São muitas histórias, dramas e sustos, todas essas reações clichês de mulherzinha medrosa, mas, é com orgulho que hoje lhes digo que já consigo sair andando quando encontro esse meu eterno medo, estou aprendendo, também, a não gritar mais, afinal... 

Elas não vão parar de aparecer mesmo!

Anne Rangel