Não sei se eu já disse isso aqui, mas eu faço faculdade de Comunicação Social, coma habilitação para Jornalismo! :D
Lamento, mas agora vocês servirão de cobaias para as minhas matérias! Kkk'
Espero que gostem!
Beijos,
Thalyne Carneiro
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Adoção
de crianças por casais homossexuais: problema ou solução?
Com
a decisão do STF de se reconhecer o casamento homossexual oficialmente, outras
discussões como a adoção de crianças por homossexuais tem surgido e suas
conseqüências para a sociedade.
No Brasil, existem muitas casas de
adoção, cheias de crianças esperando por uma família. Com a decisão do STF de
legalizar a união homoafetiva, há indícios de que essas crianças possam ter um
lar mais rapidamente. Entretanto, há uma série de fatores que não se podem
ignorar quando se trata do desenvolvimento das crianças.
Um dos principais problemas levantados
seria a dificuldade que uma criança pudesse ter ao identificar a figura paterna
e materna em sua família, já que essa não seguiria os padrões da maior parte da
sociedade. Porém psicólogos afirmam que mesmo em uma família formada por casais
homossexuais, essas figuras de autoridade estariam bem claras, não gerando
confusão na cabeça dela. Necessariamente, os pais também deveriam explicar a
essas crianças as diferenças óbvias, para que elas possam compreender e não se
sentirem deslocadas em seu meio.
Algumas entidades e organizações ficam
com receio de que a decisão do juiz não seja baseada no que a criança quer, mas
só nos interesses dos pais adotivos que ela possa ter. A Drª Luísa de Marillac,
Promotora da 4ª Cível da Promotoria da Infância e Juventude do Distrito
Federal, explica que isso não é verdade, pois uma adoção “é baseada nos
interesses do adotante e do adotando”, sendo portanto uma decisão pensada e
estudada por diversos profissionais, a fim de que haja um vinculo parental
entre as partes.
Outro fator para essa discussão é a
influência da opção sexual dos pais na criança. Usa-se comumente o argumento de
que elas poderiam vir a se tornar homossexuais por conviverem diretamente com
essa realidade. Entretanto, essa influência não tem um peso considerável, já
que filhos de casais heterossexuais fazem a opção de se relacionar com pessoas
do mesmo sexo em alguns casos.
Embora alguns veículos de comunicação
afirmem que as principais religiões do Brasil, o catolicismo e o
protestantismo, sejam contra a adoção de crianças por casais homossexuais, isso
não é verdade. Por motivos éticos essa decisão não é vista como motivo de
protestos, já que as crianças adotadas teriam um lar e cuidados. O que não se
tem muito claro é a diferença do que seria uma família para cada uma delas e
porque não seria o ideal esse tipo de adoção.
Em ambas as religiões, uma família é
constituída por um homem, uma mulher e seus descendentes. Uma união entre dois
homens ou duas mulheres, portanto, não pode ser considerado de modo algum um casamento,
segundo os preceitos bíblicos. Embora a adoção seja boa, o ideal para essas
religiões seriam que cada criança tivesse um pai e uma mãe, mesmo adotivos,
para que chegasse o mais perto do natural possível.
Já na Constituição Brasileira, desde 1988,
a união entre duas pessoas, do mesmo sexo ou não, é considerada uma família.
Isso se dá, devido aos arranjos feitos para que famílias “não-convencionais”,
como uma mãe solteira e seu filho, fossem assistidos pela lei como família.
Pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente, o ECA, casais homossexuais não poderiam vir a adotar uma criança,
pois usa a visão religiosa de família em sua definição. Por isso, era muito
comum que só um dos parceiros entrasse com o pedido de adoção e a criança. Caso
aprovado, seria registrada só em seu nome, fazendo com que em muitos casos ela
perdesse direitos, como à herança. Mas em alguns estados essa interpretação já
se dava de forma mais ampla, usando também a Constituição para decidir,
deferindo assim há alguns anos essa adoção.
Todos os segmentos - a religião, o
direito e a psicologia - mais envolvidos nessas discussões ainda não chegaram à
conclusão se o fato da adoção por casais homossexuais seriam ou não um problema,
já que é uma mudança relativamente nova na sociedade brasileira. Mas espera-se
que essa mudança não traga prejuízos, mas sim melhorias para a vida de tantas
crianças desamparadas.
Thalyne Carneiro